
SAÚDE
Quando Trabalhar Adoece.
De acordo com os dados divulgados pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) atualmente, no mundo, dois milhões de trabalhadores morrem a cada ano de doenças ocupacionais e acidentes ocorridos no ambiente de trabalho. De maneira geral o número de mortos diários é superior a 5 mil pessoas. Este índice, segundo a OIT, representa o dobro das vítimas de guerra.
O crescimento do número de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho está relacionado, em grande medida, ao aumento do ritmo e da intensificação do trabalho exigidos pelos novos padrões de acumulação estabelecidos nas últimas décadas. Submetidos à tarefas repetitivas e pressionados pelas metas de produtividades milhares de trabalhadores no Brasil e no mundo sofrem com o trabalho degradante.
Entretanto, este sofrimento causado pelo processo de trabalho é invisível aos olhos da sociedade, porque regra geral é visto como um problema individual. Por um lado, muitas vezes o trabalhador é responsabilizado pelo acidente por desatenção, descuido ou desrespeito às normas de segurança. Até mesmo quando o cansaço é o fator determinante do acidente, a culpa é atribuída ao trabalhador que decidiu de "livre e espontânea vontade" duplicar sua jornada de trabalho para aumentar sua renda. Desconsidera-se que é a luta pela sobrevivência e a dinâmica de organização do processo produtivo que leva a uma jornada intensa e extensa de trabalho.
Por outro lado, as chamadas doenças ocupacionais (doenças causas pelas condições de trabalho ou ambiente e/ou pelos processos de trabalho) são de difícil diagnóstico, pois são socialmente reconhecidas como resultados de propensão genética, ou maus hábitos pessoais. Novamente o problema é tratado como uma questão individual e depositado sobre os ombros do trabalhador. Atualmente, no Brasil, são reconhecidos como doenças ocupacionais quatro grandes grupos de patologias: Hipertensão Arterial, Doenças Respiratórias Crônicas, Doenças do Aparelho Locomotor, Distúrbios Mentais e Stress.
Dentro deste quadro, houve recentemente um grande aumento das doenças do aparelho locomotor, em especial da LER/Dort. Essas nomeclaturas servem para designar as inflamações que atingem tendões e as bainhas nervosas que os recobrem. São doenças que atingem os músculos, tendões, nervos e ligamentos que podem ocasionar invalidez permanente. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde do Brasil indicam que a LER representa 70% das doenças relacionadas ao trabalho. Considerada como uma doença específica de determinados setores, hoje esta doença atinge não só digitadores e bancários, mas espalhou-se como uma epidemia na indústria e no setor de serviços.
Mas não são apenas os trabalhadores urbanos que sofrem com acidentes e doenças causadas pelo trabalho. No Brasil é bastante elevado o número de trabalhadores rurais que adoecem e/ou morrem por intoxicação com agrotóxicos. Segundo o Ministério da Saúde os agrotóxicos estão em sétimo lugar em número de acidentes com substâncias químicas e em primeiro no número de mortes no Brasil. O excesso de trabalho, o ritmo acelerado de produção e o aumento da carga de trabalho individual representam os principais fatores dos acidentes e morte de trabalhadores nos canaviais.
Estes dados revelam que seja no campo ou na cidade as novas formas de organização do trabalho têm cobrado um preço demasiadamente alto para alcançar os altos índices de produtividade e sucesso no mercado.

Prevenir é a melhor opção
Prevenir é eliminar as causas de algum evento antes que ele aconteça. É importante destacar essa definição pois alguns acreditam que prevenção está ligada a tratamento e diagnóstico.
Portanto, prevenir as Lesões por Esforços Repetitivos ou Distúrbios Osteo-musculares Relacionados ao Trabalho implica em eliminar ou neutralizar os eventos ou condições que favorecem o adoecimento dos trabalhadores.
Para se investir em prevenção é essencial conhecer as causas do problema. As condições de trabalho que favorecem a LER/DORT incluem: movimentos repetitivos, aplicação de forças, levantamento e transporte de pesos, posturas forçadas e estresse.
Como as causas da LER/DORT está relacionada ao trabalho, para previnir é necessário melhorar as condições de trabalho. Ou seja, alterar os fatores que podem causar a doença.
Um fator importante é o diagnóstico precoce, pois pode evitar o aparecimento de novos casos ou agravamento dos já existentes.

Danos da humilhação a saúde
A humilhação constitui um risco invisível, porém concreto nas relações de trabalho e a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras. É das formas mais poderosa de violência sutil nas relações organizacionais, sendo mais freqüente com as mulheres e adoecidos.
Acontece cotidianamente nas práticas perversas e arrogantes das relações de trabalho autoritárias. A humilhação repetitiva e prolongada tornou-se prática costumeira no interior das empresas, onde predomina o menosprezo e indiferença pelo sofrimento dos trabalhadores, que mesmo adoecidos, continuam trabalhando.
Freqüentemente os trabalhadores adoecidos são responsabilizados pela queda da produção, acidentes e doenças, desqualificação profissional, demissão e conseqüente desemprego. Muitos trabalhadores passam a produzir acima de suas forças, ocultando suas queixas e evitando, simultaneamente, serem humilhados e demitidos.
A violência no intramuros se concretiza em intimidações, difamações, ironias e constrangimento do trabalhador diante de todos, como forma de impor controle e manter a ordem.
As emoções são constitutivas de nosso ser, independente do sexo. Entretanto a manifestação dos sentimentos e emoções nas situações de humilhação e constrangimentos são diferenciadas segundo o sexo: enquanto as mulheres são mais humilhadas e expressam sua indignação com choro, tristeza, ressentimentos e mágoas, estranhando o ambiente ao qual identificava como seu, os homens sentem-se revoltados, indignados, desonrados, com raiva, traídos e têm vontade de vingar-se. Passam a conviver com depressão, palpitações, tremores, distúrbios do sono, hipertensão, distúrbios digestivos, dores generalizadas, alteração da libido e pensamentos ou tentativas de suicídios que configuram um cotidiano sofrido.

Ler / Dort
Entende-se LER/DORT como uma síndrome relacionada ao trabalho, caracterizada pela ocorrência de vários sintomas, tais como: dor, sensação de peso ou fadiga.
A alta prevalência das LER/DORT tem sido explicada por transformações do trabalho e das empresas. Estas têm se caracterizado pelo estabelecimento de metas e produtividade, considerando apenas suas necessidades, particularmente a qualidade dos produtos e serviços e a competitividade do mercado, sem levar em conta os trabalhadores em seus limites físicos e psicossociais.
Há uma exigência de adequação dos trabalhadores às características organizacionais das empresas, com intensificação do trabalho e padronização dos procedimentos, impossibilitando qualquer manifestação de criatividade e flexibilização, execução de movimentos repetitivos, ausência e impossibilidades de pausas espontâneas, necessidades de permanência em determinadas posições por tempo prolongado, exigência de informações específicas, atenção para não errar e submissão a monitoramento de cada etapa dos procedimentos, além de mobiliário, equipamentos e instrumentos que não propiciam conforto.
O SINTERCOBA tem uma atuação crescente em relação à luta por melhores condições de saúde e trabalho. Especialmente nas negociações coletivas, buscando incluir maior número de itens de saúde na Convenção Coletiva de Trabalho. E também através da fiscalização dos ambientes de trabalho e divulgação de informações para conscientização dos trabalhadores.
As radiografias dentárias e das mamografias podem está aumentando o números de mulheres com câncer. Mas, esse perigo pode ser evitado.
No avental que protege os radiologistas odontológicos, há uma pequena pestana que pode ser levantada e encostada ao pescoço (cobrindo a glândula tireóide). Normalmente não é usada.
Há também um "protetor de tiróide" para uso durante as mamografias. Todavia, em geral, é necessário pedir ao radiologista.
Reconstrução de mama
Já está em vigor a Lei nº 12.802, que obriga toda a rede de unidades integrantes do SUS a fazer a imediata cirurgia plástica para reconstrução da mama, em casos de cirurgia para retirada de tumor cancerígeno.
A lei determina que se houver condições técnicas a reparação deve ser realizada no mesmo procedimento cirúrgico. Mas, é um direito da mulher escolher o melhor momento para a reconstrução da mama.
Se o procedimento não for feito de forma imediata, é obrigatório o acompanhamento e garantia de realização assim que houve a plena condição da paciente.
Segundo os especialistas adiar o processo não é uma boa escolha. Via de regra significa permanecer mutilada e desprovida do símbolo maior de sexualidade e feminilidade.
